Nem todo ativo com bom retorno é um bom investimento
Saiba por que o Caso Banco Master é um alerta para desconfiar de retornos fora do comum
O caso recente do Banco Master trouxe novamente à tona uma verdade que os mercados insistem em esquecer: taxa alta não é sinônimo de segurança.
CDBs que pareciam conservadores se mostraram vulneráveis, e investidores individuais se viram expostos a um risco que não estava claro — nem para eles, nem para quem distribuiu o produto.
Mas há um ponto essencial nessa discussão: nenhuma Entidade Fechada de Previdência Complementar tinha exposição ao Banco Master.
E isso não foi coincidência. Foi governança, técnica, prudência e propósito — exatamente os pilares que diferenciam a previdência fechada de todas as demais formas de investimento.
Por que isso importa
Quando um episódio como o do Master acontece, muitas pessoas se perguntam: “Por que minha previdência não investe nesse tipo de ativo, que rende tão bem?”
A resposta é simples — e poderosa: Nosso compromisso é com o longo prazo, não com o hype do momento.
Nosso papel é proteger, não apostar. EFPCs seguem regras, limites, análises e controles que não permitem exposição significativa a emissores de risco elevado ou com fragilidades não compatíveis com o horizonte previdenciário. E quando um ativo não passa — ele simplesmente não entra.
Por que nenhuma EFPC tinha Banco Master na sua carteira?
Porque o processo de investimento de uma EFPC é diferente. Ele envolve:
- Comitês técnicos e conselhos avaliando riscos e solvência;
- Análise de crédito independente, com limites rigorosos por emissor;
- Monitoramento diário, avaliando liquidez e eventos de mercado;
- Diversificação extrema, para evitar concentração em emissores vulneráveis;
- A regra mais importante de todas: previdência não persegue taxa — persegue propósito.
Essa diferença de mentalidade muda tudo. E explica por que o sistema fechado ficou, mais uma vez, protegido enquanto boa parte do varejo ficou exposta.
A armadilha das comparações injustas
É comum ouvir:
“Minha previdência rende menos que aquele CDB do banco X…”
“Por que o fundo Y, da corretora Z, entregou mais nos últimos 12 meses?”
Essas comparações ignoram que:
- Renda fixa bancária envolve risco de emissor, que pode falhar.
- Fundos agressivos vivem de volatilidade, não de previsibilidade.
- Produtos de varejo frequentemente priorizam comissão, não governança.
- Eventos de crédito podem destruir anos de retorno em segundos.
A previdência complementar tem outro horizonte — e outra lógica: “Não estamos aqui para ganhar todas as janelas. Estamos aqui para ganhar todas as décadas.”
E você, participante, como pode entender isso?
1. Segurança também rende
“A previdência não entra em modismos. Ela entrega consistência.”
2. Existe uma diferença entre EFPC e produtos de varejo
“Nós não buscamos retorno de curto prazo; buscamos futuro.”
3. Rigor técnico não é "capricho", é proteção
“Se não passou na governança, não entrou na carteira — e isso fez toda a diferença no caso Master.”
4. Estabilidade vence velocidade
“Investir bem não é ser rápido — é ser correto.”
Nenhuma EFPC tinha Banco Master — e isso não foi acaso.
Foi consequência direta de processos maduros, análises independentes e um compromisso inegociável com o futuro do participante. Enquanto alguns ativos brilham por um instante e depois desaparecem, a previdência fechada continua fazendo o que sempre fez: proteger, construir, entregar consistência e garantir tranquilidade.
Nem todo ativo com bom retorno é um bom investimento. E, no fim das contas, a decisão mais rentável é a que preserva o futuro.









